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Pesquisador de Lagoa de Itaenga revela caminhos para cidades de Pernambuco que buscam a sustentabilidade agroecológica


Pesquisador de Lagoa de Itaenga revela caminhos para cidades de Pernambuco que buscam a sustentabilidade agroecológica

No século XXI, é notável a movimentação da sociedade em função de causas sociais. No Brasil, esse fenômeno é observado amplamente desde a esfera nacional aos contextos peculiares dos territórios comunitários, sobretudo das questões ligadas à periferia no enfrentamento das economias neoliberais e do colapso ecológico, e na militância pela constituição de políticas sociais e ambientais, necessárias à transição agroecológica nas cidades.

Este é o cenário em que se apresenta a pesquisa desenvolvida no período de 2019 a 2023 pelo Programa de Pós-graduação em Agroecologia e Desenvolvimento Territorial da Universidade Federal Rural de Pernambuco, aponta caminhas para os municípios do estado de Pernambuco que buscam a sustentabilidade de seu território.

Realizada pelo pesquisador Dr. Paulo Santana, em seu estudo de doutorado desenvolvido com enfoque interdisciplinar, utilizou-se de uma abordagem qualitativa, que apoiando-se na metodologia da Pedagogia de Apoio ao Desenvolvimento Sustentável (PEADS), (MOURA, 2003), teve o objetivo de analisar o processo de construção da política pública municipal de agroecologia no município de Bonito-PE, a partir das estratégias de transição agroecológica, da ação coletiva e da incidência dos atores sociais e entes públicos que contribuíram para o avanço do conhecimento agroecológico e o fortalecimento da identidade territorial agroecológica no município.

Tendo como locus a cidade de Bonito que está localizado na região do Agreste, uma das sete maravilhas do turismo em natureza e abundância de água no interior do Estado de Pernambuco, figura em termos de transição agroecológica, com destaque entre as experiências que vem acumulando resultados significativos no contexto estadual, sobretudo nos últimos sete anos (2015 – 2022).

Esse fato colocou o município numa posição de destaque nacionalmente dado ao seu pioneirismo no processo em curso de municipalização da Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (PNAPO), em vigor no Brasil desde agosto de 2012 (BRASIL, 2012). O descolamento dessa estratégia de desenvolvimento territorial do âmbito federal para os estados e municípios, debatido em Pernambuco, iniciou a criação da Política Estadual de Agroecologia e Produção Orgânica (PERNAMBUCO, 2021), com o apoio da UFRPE esse desdobramento, se estendeu ao nível municipal, no caso de Bonito.

Os resultados da investigação indicam que a construção do conhecimento agroecológico em Bonito derivou de uma ação coletiva de territorialização da Agroecologia impulsionada pelos agricultores/as, organizações da sociedade civil, poder legislativo, gestão pública e instituições de ensino, pesquisa e extensão, que colaboraram no delineamento de estratégias importantes para a transição agroecológica ao longo dos anos e que se materializaram na construção da Política e do Plano Municipal de Agroecologia e Produção Orgânica no município.

A transição agroecológica remete a visão holística de sustentabilidade no planeta, com base na ciência da agroecologia. O que deve ser visto como urgência, a necessária transição de vida em termos dos modos de cultivo da produção sem o uso de agrotóxico, nos hábitos de consumo frente a indústria alimentar, na afirmação da cultura dos saberes tradicionais e ancestrais, na preservação da natureza e na relação de respeito entre nós com os ecossistemas do planeta.

A conclusão do estudo indica que, para a territorialização da agroecologia, além da criação da Lei da política de agroecologia e a destinação de orçamento no PAA municipal. É necessário a decisão política coletiva de execução com prioridade da ação da agroecologia e a visão de que esta ação não deve ser apenas de responsabilidade de uma secretaria municipal, mas de todos os gestores, organizações sociais e religiosas e agricultores/as familiares atuantes no município.

Convém destacar que este Plano Municipal de Agroecologia e Produção Orgânica integra o município de Bonito aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), lançados em 2015, na 70ª Assembleia Geral das Nações Unidas, no âmbito das metas a serem realizadas até 2030, a partir do Pacto Global e da agenda universal sobre os direitos da natureza.

No sentido de contribuir com esse pacto, este Plano, dialoga com seis dos 17 ODS, dos quais podemos citar: (02) Fome zero e agricultura sustentável: acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável. (04) Educação de qualidade: assegurar a educação inclusiva, e equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos. (06) Água limpa e saneamento: garantir disponibilidade e manejo sustentável da água e saneamento para todos.  (11) Cidades e comunidades sustentáveis: tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis. E (12) Consumo e produção responsáveis: assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis.

Assista o documentário: https://www.youtube.com/watch?v=YfMofsaq5y0

Acesse a Tese Completa, a Lei da Política e o Plano Municipal de Agroecologia e Produção Orgânica de Bonito/PE. Link de acesso: https://www.institutoabdalazizdemoura.org.br/2023/11/01/pedagogia-de-apoio-ao-desenvolvendo-sustentavel-e-reconhecida-como-metodologia-de-pesquisa-na-urfpe/

O artigo de tese foi publicado na revista científica internacional Contribuciones a Las Ciencias Sociales, link de acesso:

https://ojs.revistacontribuciones.com/ojs/index.php/clcs/article/view/883


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