Nesta terça-feira (1º), completa 20 anos do assassinato do vereador e radialista José Cândido Amorim Filho, conhecido J. Cândido, ocorrido em 1º de julho de 2005 em frente a antiga sede da Rádio Alternativa FM em Carpina.

Ele foi atingido por 19 tiros, enquanto estava dentro de seu carro e chegava para comandar o “Programa J. Cândido” e foi cercado por elementos em motocicletas que efetuaram vários disparos contra ele.

O processo que envolve o assassinato de J.  Cândido segue tramitando na justiça em segunda instância onde foram apontados como executores os ex-policiais militares Edilson Soares Rodrigues e Tairone César da Silva Pereira; ex-cabo da Polícia Militar André Luiz Carvalho; e ex-vigia de rua (guarda de apito) Jorge José da Silva.

Já o processo que julga a tentativa de homicídio sofrida por J. Cândido, ainda tramita na primeira instância e a última decisão do judiciário foi em 2020 no recebimento de um aditamento de denúncia, onde de lá para cá apenas teve movimentações de documentações em transformação do processo eletrônico.

Nesta terça (1º), uma missa será realizada às 17h, na Paróquia de Santo Antônio, em Carpina.  A filha de J. Cândido, Karol Cândido publicou nas redes sociais um depoimento após esses 20 anos, confira:

“01 de Julho de 2005, sexta-feira,às 06h20min, na Rua Pastor Xavier de Brito, retiravam a vida de um filho, irmão, esposo, pai, radialista, vereador!
O amigo fiel de muitos, àquele que dedicou sua vida a família, profissão e ao povo de Carpina. J. Cândido que lutava veementemente contra a bandidagem e a corrupção, sonhava em uma Carpina justa, com políticas públicas eficazes, com seu discurso forte e contundente autêntico fiscalizador da gestão municipal à época! Coragem e determinação nunca lhe faltaram, mas o mau venceu o bem, assassinos frios, covardes o retiraram do nosso convívio.
Painho, calaram sua voz, mas não apagaram a sua história!!
Seus ideias permanecem firmes!!
Te amaremos até o infinito!
Eternas saudades dos seus filhos, familiares, ouvintes, eleitores e amigos”.

Linha de investigação – O assassinato de Jota Cândido aconteceu no início da manhã do dia 1º de julho de 2005, quando a vítima chegava à Rádio Alternativa, onde trabalhava como radialista, em Carpina (município da Mata Norte de Pernambuco). Foi alvejado com 19 tiros dentro do próprio carro. Jota Cândido, dias antes, precisamente no dia 21 de Maio, tinha sofrido um atentado, do qual sobreviveu, mas ficou com uma bala alojada no corpo, que foi comprovada, posteriormente, com a perícia tanatoscópica, que analisa as implicações do óbito.

O conhecimento é que o parlamentar liderava uma campanha contra o nepotismo, denunciando os casos tanto na Câmara de Vereadores como na rádio. Ficou comprovado que no dia 20 de Maio, o vereador tinha apresentado à Casa Legislativa de Carpina um projeto de Lei contra a nomeação de parentes para ocupar cargos na Administração Pública, nepotismo.

De acordo com Roberto Brayner que foi promotor do julgamento do caso no Tribunal do Júri na época, o inquérito policial foi entregue parcialmente ao MPPE, em 2006, sob a alegação que iam ser aprofundadas as investigações sobre a participação de outras pessoas no crime, como os possíveis mandantes. Em 2013, foi feito o desaforamento do processo do Fórum de Carpina, vindo para a Capital.

No Recife, ao iniciar o estudo do processo, foi percebido que desapareceram as informações das comunicações telefônicas dos acusados (prova da autoria), de três volumes, com mais de 600 páginas. “A própria denúncia remete a esses documentos, além do processo citar esses três volumes repetidas vezes. Só não podemos precisar em que momento esses documentos originais foram suprimidos, se em Carpina ou aqui, na Capital”, explicou Brayner.