“Era apenas uma cidade”, do cineasta pernambucano Cleyton Melo, estreia neste sábado (19), no Cinema Centerplex, no Shopping Carpina. O filme transforma as telas em um espelho da realidade vivida pelos moradores da cidade fictícia de Cortina, inspirada na realidade local e é resultado de sete anos de desafios e muita perseverança do cineasta pernambucano. A exibição acontecerá a partir das 19h40, com ingressos no valor de R$ 20,00 (inteira) e  R$ 10 (meia). Estudantes e professores pagam meia, sendo necessário apenas entrar em contato pelo www.instagram.com/ocleytonmelo.

Cleyton, que tem 27 anos, atua na produção cinematográfica desde 2014, e iniciou o filme em 2017, com o sonho de dar visibilidade aos artistas e à cultura local, geralmente marginalizados pela falta de recursos e oportunidades. “Esse filme é sobre nós, pretos, jovens, artistas, grupos e instituições culturais da zona canavieira, que lutam para ter seus trabalhos reconhecidos, vistos, apoiados e incentivados. Esta foi a maneira que encontrei para poder retratar a vida dos artistas da minha cidade, suas dificuldades e desenjos”, comenta o diretor, que também assina o roteiro e a montagem.

A ficção dramática com elementos de ação, é um longa-metragem, de 1h58m, que acompanha a trajetória de Natanael, interpretado por Ysrael Xavier, um trabalhador que tenta sobreviver capinando terrenos. Sua vida muda drasticamente a partir da morte do seu tio, decorrente de um atendimento negligente no hospital da cidade. Além de Ysrael, o elenco conta com Priscila Cardoso, que faz o papel de Juliana, esposa de Natanael, presa a um casamento abusivo, e inclui outros personagens, como Alexandre, vivido por Wellington Ricardo, um policial aposentado em busca de vingança; Toin, o prefeito ineficaz da pacata cidade de Curtina, interpretado por Edvaldo Barbosa; e Leonardo, antagonista da trama e braço direito do prefeito, estrelado por Jean Silvestre.

A obra cinematográfica tem a proposta de levar o espectador a reflexão sobre as lutas pessoais e coletivas dos artistas de uma cidade, onde o poder público não apoia a cultura. Para Cleyton, a escolha de uma narrativa que combina drama e ação mostra a tensão vivida por quem precisa lutar diariamente contra as adversidades. “O cinema é minha forma de contar essas histórias, de dar voz àquelas que muitas vezes são ignoradas” , pontua.

Produzido de forma independente, “Era Apenas Uma Cidade” foi um projeto marcado por dificuldades ” Foi um processo longo, mas que todos que participaram compartilharam com muito amor os seus papeis. Não temos recursos, mas precisamos, E isso fez toda a diferença “, destaca Cleyton, que gravou o filme com o apoio de amigos, Maria José, Telma Melo e Flávio Alves, além de familiares. A estreia da obra no cinema marca o início de uma série de exibições que será apresentada em uma agenda elaborada para levar o filme para várias cidades da região. O projeto também deve concorrer aos festivais e mostras de cinema pelo Brasil.